sábado, 30 de outubro de 2010

Europeus ainda se confrontam com obstáculos para trabalhar no estrangeiro


Um inquérito revela que um em cada dois europeus está disposto a partir para o estrangeiro se não encontrar emprego no seu país
Cerca de 11,3 milhões de europeus vivem num país da UE que não o seu, o que representa mais 4 milhões do que há uma década atrás. Apesar deste aumento, a sua proporção ainda não excede 2,3% da população total da UE.
Estes números foram apresentados num relatório da UE que demonstra que o número de europeus que tiram partido do seu direito de trabalhar em qualquer país da UE ainda não é suficiente, embora se trate de um dos principais benefícios do mercado único europeu e um dos factores mais decisivos para o seu êxito.
O relatório apresenta, também, dados actualizados sobre os direitos dos trabalhadores migrantes na UE à luz das decisões do Tribunal de Justiça da União Europeia, que alargou o âmbito de aplicação desses direitos durante a última década. O Tribunal de Justiça decidiu, por exemplo, considerar também "trabalhadores" as pessoas empregadas temporariamente ou os atletas pagos para competir noutros países da UE.
O novo plano económico da UE para os próximos 10 anos identifica a existência de uma mão-de-obra mais móvel como factor crucial para reduzir o desemprego, que registou uma subida acentuada durante a recente recessão. Em Maio, a taxa de desemprego era de 9,6%, contra 6,8% em Maio de 2008, antes da crise financeira.
"A mobilidade dos trabalhadores pode contribuir para reduzir o desemprego, permitindo uma melhor adequação entre os recursos humanos e os empregos disponíveis", declarou László Andor, Comissário Europeu do Emprego. "Os europeus reconhecem este facto, mas ainda encontram obstáculos quando mudam de país para trabalhar noutros países da UE", acrescentou o Comissário.
Um inquérito publicado juntamente com o relatório revela que 48% dos europeus estariam dispostos a procurar trabalho noutro país ou região se perdessem o emprego e que 17% tencionam, no futuro, trabalhar no estrangeiro.
Além de obstáculos jurídicos, os europeus confrontam-se, também, com obstáculos administrativos e de ordem prática. Alojamento, língua e emprego do cônjuge são apenas alguns dos factores que influenciam a mobilidade transfronteiras.

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