sábado, 8 de janeiro de 2011

RELATÓRIO DA OCDE SOBRE EDUCAÇÃO


O relatório recentemente divulgado confirma mais uma vez o aumento do número de alunos em Portugal, revelando que a percentagem de jovens matriculados, entre os 15 e os 19 anos, atingiu, pela primeira vez, a média da OCDE.
Educação Pré-escolar (3-4 anos)
Portugal tem mais crianças a frequentar a educação pré-escolar do que a média dos países da OCDE. Em Portugal, 72,3% das crianças com idades compreendidas entre os 3 e os 4 anos estão inscritas em estabelecimentos de educação pré-escolar, valor superior aos 71,5% da OCDE. O resultado alcançado por Portugal beneficia do esforço do Governo e das autarquias na expansão da rede da educação pré-escolar, condição fundamental para o estabelecimento de igualdade de oportunidades no acesso à educação. Como a OCDE afirma neste relatório a educação pré-escolar é decisiva para o estabelecimento de efectivas condições de igualdade e para a concretização de um percurso escolar de sucesso.
Alunos Matriculados (15 -19 anos)
O número de alunos matriculados no sistema de ensino cresceu. A percentagem de jovens matriculados com idades compreendidas entre os 15 e os 19 anos situou-se nos 81%, atingindo Portugal pela primeira vez a média dos países da OCDE. A evolução registada neste domínio é sublinhada pela OCDE. Entre 1995 e 2008, a taxa de jovens matriculados no sistema de ensino subiu 13 pontos percentuais, dos quais 8 nos últimos 2 anos. A subida verificada reflecte a aposta na expansão e diversificação das vias profissionalizantes e o combate ao insucesso e ao abandono escolares.
População com Ensino Secundário (25-34 anos)
47% dos portugueses com idades compreendidas entre os 25 e os 34 anos têm como escolaridade mínima o ensino secundário, mais 3 pontos percentuais do que no ano anterior. O relatório da OCDE realça a extraordinária evolução de Portugal neste domínio.
Dimensão das turmas no ensino público
A dimensão das turmas, em Portugal, é inferior à observada para a média dos países da OCDE.
Nos primeiros seis anos de escolaridade, a dimensão média das turmas, em Portugal, é de 18,6 alunos. Nos países da OCDE, as turmas têm em média 21,6 alunos. O Japão (28 alunos por turma), o Reino Unido (25, 7 alunos por turma), os Estados Unidos (23,8 alunos por turma), a Austrália (23,2 alunos por turma), a França (22,7) e a Alemanha (21,9) apresentam turmas com uma dimensão muito superior à observada em Portugal.
No terceiro ciclo do ensino básico, em Portugal, as turmas têm em média 22,2 alunos, enquanto nos países da OCDE as turmas têm 23,7. A Alemanha (24,7 alunos por turma), a França (24,1 alunos por turma), a Espanha (23,6 alunos por turma), os Estados Unidos (23,2 alunos por turma) e a Austrália (23 alunos por turma) apresentam turmas com uma dimensão muito superior à observada em Portugal.

(NOTA: Os dados do relatório têm como período de referência o ano de 2008)

5 comentários:

  1. Causa-me enorme espanto a divulgação aqui neste blog de um relatório pretensamente da OCDE que realça as qualidades do sistema educativo vigente em Portugal como causa dos excelentes resultados aqui descritos. Eu que vivo neste País não vejo este mundo de virtudes aqui descrito. Para mim o sistema de Ensino Português é uma valente falsidade, aliás em linha com a Saude e a Justiça. O Nº de pessoas com o ensino secundário terminado são mais devido á existência dessa aberração chamado de Novas Oportunidades onde se pode obter essa habilitação com apenas 6/12 de meses de ensino onde o que se faz é escrever pequenos relatórios sobre a vida. Falo de gente com o 12º Ano que não sabe ler a fracção que atrás escrevi propositadamente. Falo de gente que ontem tinha a 4ª classe e que hoje tem o 12º Ano e que ingressa no Ensino Superior ao abrigo do maiores de 23 para tirar cursos da Área das Humanidades e que fará no Mercado de trabalho concorrência a jovens que fizeram toda a escolaridade pelo curso normal, que se viram sujeitos a constrangimentos na entrada do Ensino Superior e que possuem conhecimentos que diferem dos "Novas Oportunidades" numa enormidade. Esperava este análise de muita gente mas não de alguém que fez a sua formação de forma séria como é o seu caso e que possui familiares a viverem as agruras dum sistema de ensino baseado na falsidade onde até ao 9º Ano todos transitam de ano ainda que nem ler saibam pois isso possibilita á OCDE chegar a estas conclusões e apresentar estes brilhantes resultados. O QUE SE ESPERAVA NUM PAÍS ONDE O 1º MINISTRO TIROU A LICENCIATURA AO DOMINGO DE MANHÃ DEPOIS DE UM JOGGING E ANTES DE ALMOÇAR COM O REITOR DA UNIVERSIDADE QUE LHE TROUXE O DIPLOMA. Termino este comentário para não encher demasiado este espaço mas ficou muito mais por dizer do que aquilo que foi dito.

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  2. Compreendo a abordagem que faz ao tema e é difícil não concordar com algumas observações que faz. Contudo, permita-mre que sublinhe um ou outro aspecto.
    1. A enorme quantidade de pessoas que tinham apenas a 4ª classe (ou menos) não é culpa nem demérito do actual sistema educativo, sê-lo-á de outros no passado.
    2. Valorizo a atitude de muitas pessoas que frequentam ou frequentaram estas Novas Oportunidades, pois tiveram de regressar ao banco das escolas, tiveram que se incomodar, tiveram que fazer algo. Foram desafiadas e responderam. Aprenderam pouco, provavelmente, há que lhes exigir mais, certamente, o processo vai ter de evoluir e tornar-se mais rigoroso, seguramente! Mas eu que também fui céptico, tenho alguns(umas) colegas na CMSM que fizeram este percurso. Que leram livros, que fizeram relatórios, que aprenderam informática, que criaram email, e vi as suas expressões de regozijo, de serena alegria, de maior autoconfiança e crecente amor próprio. E julgo que só por isso já valeria a pena.
    3. Percebo que "não é justo" que o nível da sua formação seja equivalente ao dos que seguiram o ensino regular, mas também acredito que os empregadores farão, regra geral, a destrinça entre os percursos educativos seguidos por una e outros.
    4. Quanto às entradas no ensino superior creio que não serão assim tantos os exemplos e não é seguro que por essa razão sejam prejudicados outros alunos no ingresso.
    5. A sensação que tem é semelhante àquela que licenciados e mestres pré-Bolonha sentem agora pelos jovens com licenciaturas e mestrados pós Bolonha, sentem que é injusto usar-se a mesma designação.
    6. Os processos de transição são não raras vezes dolorosos e injustos. Mas se nada se fizer tudo fica ma mesma, e as coisas não estavam muito bem!... Espero, no entanto, que depois desta fase de implementação de um novo sistema, evidentemente que com muitos erros, se possa seguir um processo que os corrija e aposte mais na qualidade e no rigor, do que na quantidade.

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  3. Por lapso não me identifiquei no comentário tendo surgido sob a capa dessa figura que me ausa repulsa que se dá pelo nome de anónimo. Por este lapso peço desculpa.

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  4. Engenheiros: Bastonário defende distinção entre licenciaturas pré e pós-Bolonha
    11 de Janeiro de 2011, 08:16

    O bastonário da Ordem dos Engenheiros, Carlos Matias Ramos, defendeu hoje a alteração do Quadro Nacional de Qualificações (QNQ) para que fique claro quem é licenciado pré-Bolonha e pós-Bolonha, de modo a fazer-se “justiça”.
    O QNQ “não distingue quem é quem, é homogéneo”, disse à agência Lusa o bastonário, que considera que “o Governo deve fazer uma reflexão” para que seja feita uma diferenciação.

    “O Governo deve ser justo e correto na inserção dos diferentes graus académicos”, sublinhou.

    A Ordem dos Engenheiros começa hoje, em Bragança, a promover um ciclo de debates subordinados ao tema “Estratégia para o Enquadramento Profissional”, por considerar que o Processo de Bolonha e a fundação, em 2007, da Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior vieram colocar novos desafios e problemas.

    Afirmando que, até ao momento, ainda nenhum engenheiro licenciado pelo Processo de Bolonha pediu o ingresso na Ordem, Carlos Matias Ramos disse que a Ordem pretende “antever esse problema”.

    O QNQ, disse, “estabelece uma confusão, porque diz que o nível 7 é para mestres e o 6 para licenciados e bacharéis”, não valorizando, assim, os licenciados com cinco ou três anos de ensino de Engenharia.

    No seu entender, este instrumento deveria atribuir o nível sete aos mestres e licenciados pré-Bolonha, enquanto o nível seis deveria destinar-se a licenciados pelo Processo de Bolonha e bacharéis.

    “Esta ambiguidade trouxe perturbação no meio, com consequências mais graves nas admissões para administrações central e locais”, frisou o responsável.

    O bastonário salientou ainda que a Ordem já recebeu pareceres de juristas que “dizem que os licenciados pré-Bolonha têm um valor intrínseco”.

    Com estes debates, a Ordem dos Engenheiros pretende debater com os profissionais o assunto para que “fundamentem e sustentem decisões a tomar no domínio da admissão de membros à Ordem dos Engenheiros”.

    O Processo de Bolonha visa harmonizar os graus académicos em toda a Europa, com o objetivo de facilitar a mobilidade de estudantes e professores entre as várias instituições de ensino superior.

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  5. O QNQ, disse, “estabelece uma confusão, porque diz que o nível 7 é para mestres e o 6 para licenciados e bacharéis”, não valorizando, assim, os licenciados com cinco ou três anos de ensino de Engenharia.

    No seu entender, este instrumento deveria atribuir o nível sete aos mestres e licenciados pré-Bolonha, enquanto o nível seis deveria destinar-se a licenciados pelo Processo de Bolonha e bacharéis.

    “Esta ambiguidade trouxe perturbação no meio, com consequências mais graves nas admissões para administrações central e locais”, frisou o responsável.
    c) Procedimento concursal comum por tempo indeterminado para um
    lugar de técnico superior área Engenharia Civil;
    O que é que a Câmara pretende neste concurso?
    Recorro ao Srº vereador, para me ajudar neste dilema que intriga também todas as ordens profissionais.

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