segunda-feira, 4 de abril de 2011

UNS E OS OUTROS


É nas alturas mais conturbadas da nossa vida colectiva que crescem sentimentos de repulsa e de condenação de minorias. Sejam elas em razão da origem do País, de natureza étnica, religiosa, política, condição social e profissional, ou qualquer outra motivação.
As dificuldades económicas das populações, o desemprego, são um terreno fértil à instigação e proliferação de comportamentos de intolerância que - não tão raramente como se julga - acabam em violência. Os exemplos na Europa são variados.
Os cidadãos têm de se manter cuidadosos. A situação é propícia a populistas e demagogos. O descontentamento grassa um pouco por todo o lado, logo crescem os movimentos e as organizações que se insurgem com os políticos e suas mordomias, com os gestores e os seus vencimentos, com as empresas e os seus lucros, com os funcionários públicos e a sua inércia, com os sindicalistas e as suas intransigências, com os jornalistas que preferem opinar a informar, com os comentadores que visam a desestabilizam, com os agentes da justiça que se atrasam, com os professores que não preparam bem, com os camionistas que boicotam, com os grevistas anti-patriotas, com alguns reformados e suas reformas muito altas, com os polícias que não vigiam, com os patrões que não investem, com os trabalhadores que não produzem, com muitos dos desempregados que não querem trabalhar, com as famílias do rendimento social de inserção por oportunismo, com os empregados que abusam das baixas, com os chefes demasiadas vezes incompetentes, com os profissionais liberais que incumprem, com os que nos atendem displicentemente, com os que não valorizam os nossos problemas, com os que não querem saber, com os que querem mas não deviam, com os que divergem de nós, com os que concordam com os outros e com todos os demais malandros.



Temos muito por onde escolher. Se estivermos atentos há todo o tipo de organizações, a que podemos aderir, que no seu lato conjunto acabam por conseguir colocar-nos uns contra os outros.
Será isso suficiente para (re)construir algo?!
Enquanto pensamos nisso talvez possamos ouvir - e ver também - boa música!



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