sábado, 28 de abril de 2012

INVESTIGADORES PORTUGUESES EM DESTAQUE


Uma notícia recente que coloca a Universidade do Porto e cientistas portugueses na linha da frente do estudo do mecanismo de formação e evolução dos planetas.


Investigadores do Centro de Astrofísica da Universidade do Porto (CAUP) e do Observatório de Genebra (Suiça) demostraram que as órbitas dos sistemas planetários conhecidos são alinhadas como o Sistema Solar.
Os cientistas analisaram dados do espectrógrafo HARPS e do satélite Kepler e um artigo sobre a sua descoberta foi aceite para publicação na conhecida revista de referência internacional "Astronomy & Astrophysics".

O espectrógrafo de alta precisão HARPS, localizado no Observatório Europeu do Sul (ESO), no Deserto do Atacama (Chile), deteta variações de velocidade até um mínimo de 4 km/hora, o equivalente à velocidade de uma pessoa a caminhar.


Simulados 100 milhões de sistemas planetários



Na investigação foram simulados 100 milhões de sistemas planetários com as características previstas pelo censo do HARPS e com dispersão variável dos planos orbitais.
Os resultados foram comparados com os dados obtidos pelo satélite Kepler e concluiu-se que são compatíveis apenas nos sistemas com um plano orbital comum, ou seja, em que as órbitas dos planetas estão inclinadas menos de 1 grau entre si.
Os resultados agora publicados são muito importantes para a compreensão do mecanismo de formação e evolução de planetas extra-solares, pois mostram que as órbitas planetárias são predominantemente alinhadas, reforçando a ideia que os planetas se formam num disco em redor das estrelas e limitam muito a sua evolução dinâmica, sendo as colisões entre planetas muito raras.
Pedro Figueira (CAUP), primeiro autor do artigo científico da revista "Astronomy & Astrophysics", afirma que "estes resultados mostram-nos que a maneira como o Sistema Solar se formou deve ser comum. A sua estrutura é a mesma que a dos sistemas planetários que estudámos, isto é, com os planetas a orbitarem todos aproximadamente no mesmo plano."
O artigo é também assinado, entre outros, por Michel Mayor, o famoso astrofísico do Observatório de Genebra que descobriu os primeiros planetas extra-solares.

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