sábado, 28 de abril de 2012

RESCALDO DA ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE 26-04-2012

(in Casa do Povo da Glória do Ribatejo)


O Sr. Presidente da Assembleia Municipal de Salvaterra de Magos, Francisco Cristóvão, começou por saudar a realização desta Assembleia na freguesia da Glória do Ribatejo – em observância a uma proposta do PS para realizar reuniões descentralizadas – e agradeceu ao Sr. Presidente da Junta de Freguesia e à Direcção da Associação Rancho Folclórico da Casa do Povo da Glória do Ribatejo a disponibilização e a organização do espaço.


O período antes da Ordem do Dia iniciou-se com a leitura de uma moção apresentada pela CDU, aprovada por unanimidade, evocativa do actor Paulo Claro e do muito que ele fez pelo teatro na freguesia da Glória do Ribatejo e um pouco por todo o País, a quem um estúpido acidente de viação tirou a vida. A moção recomenda que a um Festival de Teatro possa ser dado o seu nome, sugestão que é extensiva à toponímia do concelho.
O deputado João Abrantes (BE) começou por instigar – pedido a que mais tarde se associou também o deputado João Nunes (BE) – os deputados do PSD a pronunciarem-se sobre a reforma da administração local/agregação de freguesias. [João Maria Filipe (PSD) respondeu que embora aceitassem uma certa modernização das freguesias, são contra a agregação de freguesias no concelho, defendendo que se mantenham as 6 freguesias que hoje existem]. O deputado bloquista prosseguiu a sua intervenção lendo uma extensa moção que no essencial visa suscitar, junto do Presidente da República, a inconstitucionalidade da lei da extinção de freguesias. A lei não respeita a autonomia local, não ouve a vontade das populações e dispensa a pronúncia das Assembleias de Freguesia colocando as Assembleias Municipais numa posição hierárquica superior, que não têm, em relação àquele órgão de freguesia. A moção foi votada por maioria com os votos favoráveis do BE, PS e CDU e a abstenção do PSD. [A propósito deste tema o deputado João Nunes, Presidente da Junta de Freguesia de Salvaterra de Magos, informou que na próxima 2ª feira os seis Presidentes de Junta do concelho vão reunir, recolher as assinaturas entretanto colhidas junto das populações e acordar numa data para a sua entrega na Assembleia da República].
O deputado municipal Manuel Vieira (BE) leu uma moção que considera um retrocesso civilizacional a redução do número de feriados. A moção propõe a manutenção do feriado de 5 de Outubro e dos demais feriados civis. A moção foi aprovada por maioria com 3 abstenções [2 – PSD e 1 – BE (João Nunes)].
O deputado Alexandre Fonseca (CDU) questionou a Srª Presidente da Câmara sobre a morosidade na reacção aos problemas que a ponte D. Amélia apresentava, o que acabou por originar o seu corte ao trânsito. [A Srª Presidente fez uma breve cronologia dos acontecimentos informando que logo que os problemas foram detectados em Março lançou um concurso/ajuste directo e limitou a circulação no local a 5 ton. Posteriormente em face do evoluir da situação o trânsito foi interrompido, a obra foi adjudicada à Teixeira Duarte, que já a iniciou, apesar das limitações que a Lei dos Compromissos impõe hoje às autarquias locais e aos seus dirigentes]. O deputado da CDU questionou ainda a evolução do processo de construção da nova extensão de saúde dos Foros de Salvaterra, a falta de sinalização horizontal na Rua de Muge na Glória do Ribatejo e se estão previstas novas ilhas ecológicas no concelho. [Em resposta foi informado que não estão previstas de momento mais ilhas ecológica no concelho (há 5 em Salvaterra de Magos, uma delas executada pela Parque Escolar e 2 em Marinhais), de que face às condicionantes da Lei dos Compromissos não se vai avançar a breve prazo para a pintura de marcas rodoviárias na Rua de Muge e que a obra da extensão de saúde aguarda por visto do Tribunal de Contas e pela conclusão de uma alteração ao PDM que a Câmara tem em curso para permitir os índices urbanísticos que aquela construção exige].
O deputado Nuno Antão (PS) fez uma intervenção em que foi peremptório na condenação à extinção de freguesias no nosso concelho, daí que os seus autarcas tenham estado e subscrito todas as formas de luta decididas para combater a proposta de lei, já aprovada no Parlamento pela maioria PSD-CDS e que aguarda a promulgação do Sr. Presidente da República. Acrescentou ainda que os autarcas do PS se associarão a todas as formas de luta que ainda venham a ser decididas para combater este diploma legal, mas exortou também as outras forças partidárias a deixarem bem claro se estão disponíveis a debater com o PS - caso a lei seja publicada tal como está - em vez de se manterem “acantonadas” na contestação à lei. O que se pretende é que a Assembleia Municipal se pronuncie se for essa a vontade das populações manifestada através das respectivas Juntas e Assembleias de Freguesia. “Somos contra a lei, mas não somos indiferentes à vontade das populações”, afirmou a terminar.
O deputado João Abrantes disse que a posição do BE será sempre de acordo com a vontade das populações, acrescentando que há ainda coisas a fazer para inverter a situação. O deputado José Domingos (CDU) afirmou que o deputado Nuno Antão não tinha legitimidade para impor ideias, que nesta matéria elas nem se justificavam pois todos repudiamos a lei do Governo e a luta vai continuar.

(in Casa do Povo da Glória do Ribatejo)

No período da Ordem do Dia destacamos o alerta feito pelo deputado João Nunes (BE), aos seus colegas presidentes de junta, para a absoluta paragem de actividade que a Lei dos Compromissos impõe às freguesias. João Filipe (PSD) deu nota de uma (alegada) tomada de posição do Conselho de Ministros que estaria a alterar aquele diploma. Nuno Antão (PS) questionou-se sobre o mérito das lideranças (PSD) da ANAFRE e da ANMP, nesta matéria, pois a resolução do problema continua a arrastar-se. Manifestou ainda - corroborando o que os vereadores socialistas (Hélder Manuel Esménio e João Manuel Simões) já tinham feito na última reunião de Câmara (ordinária) – a solidariedade política dos autarcas socialistas para com a decisão de avançar com a reparação da ponte D. Amélia e de vários outros equipamentos municipais, tomada pelo executivo camarário, mesmo que em violação daquela norma jurídica.
As contas da Câmara relativas ao ano de 2011 – a que fizemos referência quando apresentámos, em post de 24 de Abril último, o RESCALDO da reunião de Câmara ocorrida na véspera – foram aprovadas com a abstenção dos dois deputados do PSD. Em declaração de voto Nuno Antão (PS) afirmou que os documentos reflectem aquilo que se passou em 2011, mas principalmente reflectem o que não se passou em 2011. Já o destino a dar ao saldo que transita de 2011 para 2012 - cerca de meio milhão de euros - mereceu aprovação unânime.

(in Casa do Povo da Glória do Ribatejo)

No período que se seguiu reservado à colocação de perguntas pelo público, aconteceram três intervenções. O Sr. Francisco Madelino (Glória do Ribatejo) fez um apelo ao Presidente da Assembleia Municipal para diligenciar junto das forças partidárias do concelho com o duplo objectivo de insistir na luta contra a lei da redução de freguesias, mas também, se a lei vier a ser promulgada, para consensualizarem posições. Perguntou por fim o que é que a AM está a pensar fazer na eventualidade de ter de aplicar a lei. Sobre o mesmo tema foi a intervenção da Srª Maria Deolinda (Foros de Salvaterra) que se apresentou consternada pela hipótese de a freguesia dos Foros de Salvaterra, que resultou do 25 de Abril de 1974, terminar. Perguntou quais serão as freguesias a extinguir e ainda para quando se prevê o arranque da obra do novo posto de saúde. Em resposta a ambos o Presidente da Assembleia Municipal disse que tencionava reunir com os líderes das diferentes bancadas e com eles acertar a realização de uma Assembleia Municipal com este ponto na Ordem do Dia. Em resposta à última questão a Srª Presidente da Câmara informou que depois da proposta técnica de alteração ao PDM ser aprovada pela CCDRLVT, se seguiria um período em que o documento estaria em discussão pública antes de ser aprovado pela Câmara e pela Assembleia Municipais. Depois disto e do visto favorável do Tribunal de Contas a obra estará em condições de se iniciar se o Governo tiver meios financeiros para a realizar. A última intervenção do público coube ao Sr. Jorge Burgal (Marinhais) que se insurgiu contra um conjunto de perguntas (pouco dignificantes) enviados pelos deputados do CDS-PP a esta Assembleia Municipal e a todas as outras do País - o que certamente tem que ver com a extinção das autarquias - em que se questiona qual o valor pago de senhas de presença aos deputados municipais, se lhes são pagos os transportes e, entre outras, quais as despesas com funcionários e se o Presidente da AM tem – o que não sucede – viatura municipal, telemóvel, etc. Sugeriu, este interveniente, que em resposta o Sr. Presidente da AM questionasse o Parlamento sobre quais os montantes auferidos pelos deputados do CDS, os custos de viagens destes, etc, etc. O Presidente da Assembleia Municipal disse que optaria antes, em respeito pelas instituições democráticas, por responder às questões colocadas por aqueles deputados populares.

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