sábado, 14 de julho de 2012

REDUZIR AS EMISSÕES DE CO2 EM PORTUGAL


Poupar dinheiro e poupar o ambiente parecem ser caminhos compatíveis, pondo fim a décadas de escassez de investimento na “economia verde”, o que retardou o desenvolvimento tecnológico e a opção por energias alternativas, ambientalmente “limpas”. Reduzir as emissões de CO2, em Portugal, a metade parece ser um objectivo atingível!...


Reduzir as emissões de CO2 em pelo menos 50% face a 1990 e diminuir a dependência energética do país na mesma ordem de grandeza, poupando entre 500 e 1200 milhões de euros por ano em importações, é um dos cenários possíveis do Roteiro Nacional de Baixo Carbono 2050 (RNBC), apresentado hoje [dia 2 de Julho] em Lisboa, na Representação da Comissão Europeia em Portugal.
"Sem grandes esforços adicionais em termos de investimento, é possível reduzir em 50% as emissões em Portugal, com bom planeamento e boas políticas públicas", afirmou na ocasião Pedro Afonso de Paulo, recordando que "as empresas que fizeram a transição para modelos de baixo carbono têm-se tornado mais competitivas e usaram as tecnologias já existentes".
Nesta transição, a economia de baixo carbono pode ser também concretizada através de um maior desenvolvimento de tecnologias comprovadas que já existem hoje "e é necessária a contribuição de todos os setores económicos, incluindo a agricultura, construção e transportes", acrescentou o secretário de Estado do Ambiente e do Ordenamento do Território.
O governante sublinhou também que "com a apresentação do RNCB, Portugal coloca-se na dianteira entre os países membros da UE, organização que soube oportunamente avançar com o roteiro a nível europeu".

Menos €240 milhões em danos na qualidade do ar

Além das poupanças conseguidas na energia, o RNBC assinala que a adoção de uma trajetória de baixo carbono contribui para melhorias ao nível da qualidade do ar, permitindo uma diminuição dos custos dos danos associados à redução de emissões acidificantes da ordem dos 195 a 240 milhões de euros por ano em 2050. E há ainda ganhos adicionais em termos de saúde pública.
"Com este roteiro queremos abrir um debate no nosso país no contexto do médio e longo prazo, apesar das dificuldades que hoje sentimos no curto prazo a nível económico", explicou na apresentação do RNBC o presidente da Agência Portuguesa do Ambiente (APA). Nuno Lacasta informou que o documento está disponível no site da APA e encontra-se a partir de hoje em consulta pública.
"É possível definir trajectórias de baixo carbono para Portugal até 2050 que sejam eficientes em termos de custo", salientou o presidente da APA ao apresentar dois cenários para essas trajectórias - um com e outro sem restrições de emissões no sistema energético.
Nesse sentido, Nuno Lacasta disse que o nosso país pode alcançar uma redução das emissões de 50% a 60% em 2050 face a 1990, e "no sector energético são exequíveis reduções de 60% a 70%". Mas "todos os sectores de actividade têm potencial de redução de emissões, sendo esse potencial maior na produção de electricidade, nos edifícios e nos transportes".
Para o dirigente da APA, "os principais vectores da descarbonização da economia portuguesa são a electricidade, onde a produção renovável poderá atingir os 90% em 2050; a tecnologia, aliada a maior eficiência energética, em particular nos transportes e edifícios; a agricultura e floresta, que tem um grande potencial de sequestro de carbono; e os resíduos, mudando o paradigma para modelos de gestão orientados para a prevenção e valorização". 

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