sábado, 25 de agosto de 2012

O ÚLTIMO REFÚGIO ESTÁ EM RISCO


Os caçadores e os madeireiros estão a prejudicar as florestas tropicais, mas também a poluição do ar e da água, a par da crescente presença humana. Quem está a sofrer é a biodiversidade global!...


De acordo com um estudo publicado na revista Nature, a perturbação do habitat, a caça e a indústria madeireira continuam a provocar a diminuição da biodiversidade nas florestas tropicais. Estas florestas são consideradas, biologicamente, as áreas mais ricas do planeta.
“A rutura rápida das florestas tropicais, provavelmente, coloca em perigo a biodiversidade global mais do que qualquer outro fenómeno contemporâneo," escreveu a equipa de cientistas. "Várias áreas protegidas nos trópicos são vulneráveis à invasão humana e outros stresses ambientais.”
Para além destes problemas “a poluição do ar e água, aumento da densidade da população humana e alterações climáticas” também constituem uma ameaça, apesar do seu impacte ser mais fraco ou indireto.
De forma a avaliar o estado das áreas protegidas do mundo, a equipa analisou dados de 60 áreas, baseados em “262 entrevistas detalhadas de biólogos de campo sénior e cientistas ambientais, que tinham em média mais de duas décadas de experiência.”As áreas estudadas estão distribuídas por 36 países de África, Ásia e América do sul.
A equipa liderada por William Laurance, da Universidade James Cook, na Austrália, concluiu que as atividades fora das áreas protegidas têm um impacte na resiliência da biodiversidade dentro das áreas protegidas.
As descobertas sugerem que “a proteção da biodiversidade envolve mais do que apenas salvaguardar as reservas. Em muitos casos, as paisagens e habitats que envolvem as reservas estão sobre ameaça iminente.”
“Por exemplo, 85% das reservas [analisadas] sofreram declínios na área ocupada pela floresta envolvente [nos últimos] 20 a 30 anos, e apenas 2% registaram aumentos. Não é suficiente [proteger] o interior enquanto se ignora as paisagens envolventes, que estão a ser desflorestadas e degradadas rapidamente ou a sofrer caça excessiva.”
Segundo os autores do estudo, esta descoberta suscita grande preocupação uma vez que estas áreas são vista como o último refúgio para muitas espécies ameaçadas de extinção.

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