domingo, 30 de setembro de 2012

HÁ QUEM AFIRME QUE A INTERNET PREJUDICA A INTELIGÊNCIA DAS CRIANÇAS


Uma neurocientista britânica afirma que a Internet, em particular as redes sociais e os videojogos, induzem efeitos bioquímicos no cérebro próximos dos provocados pelo consumo de drogas. Uma opinião que importa confirmar cientificamente, mas que não devemos desconsiderar liminarmente!


Para ela, há razões para acreditar que a vida virtual está a criar uma geração de pessoas menos inteligentes e menos capazes de empatia - um ponto de vista que já lhe rendeu desafectos dentro e fora da comunidade científica.
A baronesa Greenfield, que lecciona na Universidade de Oxford (Reino Unido), está no Brasil para o ciclo de palestras Fronteiras do Pensamento. A sua conferência na Sala São Paulo, na capital paulista, acontece hoje.


«Comecei a discutir esse assunto em 2009, na Câmara dos Lordes [órgão do Parlamento britânico do qual ela faz parte], quando houve um debate sobre a regulação do uso da Internet e possíveis efeitos nocivos de seu uso sobre crianças», frisou Susan Greenfield.
Como neurocientista, o que levei em consideração nesse debate é o facto de que o cérebro humano evoluiu para responder a estímulos muito diferentes dos que estão a afectar o desenvolvimento das crianças de hoje. «Isso não é um julgamento de valor, é apenas um facto», sustenta.
E olhando-se para a literatura científica recente, há sinais consideráveis de mudanças, embora obviamente precisemos de mais estudos para entender exactamente o que está a acontecer
Sabemos, por exemplo, frisou, que o uso de redes sociais e de videojogos pode ter efeitos bioquímicos muito parecidos com os do vício em drogas no cérebro. No ano passado, um trabalho com tomografias mostrou anormalidades estruturais ligadas a esse tipo de comportamento.
Também há testes que mostram um aumento de problemas de compreensão verbal e um declínio na capacidade de empatia.
«É claro que as pessoas podem dizer que se trata de uma relação, que não necessariamente uma coisa causa a outra. É um argumento válido, mas também é o mesmo argumento que as pessoas usavam nos anos 1950 a respeito da relação entre tabaco e cancro do pulmão - até os epidemiologistas mostrarem que a relação realmente envolvia uma causa e um efeito», enfatizou.

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