sábado, 22 de setembro de 2012

MARFIM CONDENA ELEFANTES


A miséria, a ambição e até a futilidade estão a condenar os elefantes existentes no continente africano. Quando já são elementos das forças armadas de diversos países a assaltar, matar e roubar a situação começa a atingir proporções que nos faz descrer, até porque não se nos afigura possível alterar o presente estado de coisas. Se não travarmos o consumo, os elefantes vão acabar por se extinguir. Uma perda incalculáve!...


No Garamba National Park, localizado na República Democrática do Congo, foram mortos 22 elefantes adultos e jovens, muitos com um único tiro no topo da cabeça. Não há nenhum rastro junto ao local. Foram retiradas apenas as presas mas nenhuma carne. Normalmente os caçadores furtivos retiram alguma carne para se alimentarem no caminho de regresso a casa.
Os elefantes mortos estavam agrupados em círculos, com os jovens no meio, possivelmente numa tentativa dos adultos protegerem os mais novos. Esta disposição sugere que foram encurralados pelos caçadores furtivos antes de serem abatidos. Os guardas dos parques referem que este é um novo método de ataque.
Alguns dias depois deste episódio, que ocorreu em Abril deste ano, foi avistado um helicóptero do exército do Uganda a voar a baixa altitude num voo não autorizado. Quando foi detetado, saiu da área abruptamente.
Os guardas do parque, os cientistas e as autoridades do Congo acreditam que o abate deste grupo de elefantes foi realizado por militares do Uganda, a partir do helicóptero. O marfim retirado renderá mais de 800 mil euros.
Alguns dos grupos armados mais famosos de África, como o Lord’s Resistance Army (LRA), al-Shabab e milícia janjaweed, estão a caçar elefantes e o dinheiro da venda do marfim é utilizado na compra de armas. Para escoarem o marfim estão a criar ligações com grupos criminosos organizados de todo o mundo. Cerca de 70% do marfim ilegal tem como destino o mercado chinês.
Não só os militares do Uganda são suspeitos destes crimes. Também militares da República Democrática do Congo e do Sudão do Sul devem estar envolvidos na caça furtiva de elefantes, assim como, funcionários corruptos de vários países aos quais é “comprado tempo” para fecharem os olhos.
O nível de caça furtiva dos elefantes em África atingiu valores recorde em 2011. No início deste ano 200 elefantes foram mortos nos Camarões, em apenas duas semanas, atingindo os 500 mortos em 2 meses. Nos últimos cinco anos metade dos elefantes do Congo foram mortos. A Libéria perdeu 95% dos seus elefantes devido à caça furtiva desde a década de 1980, quando a proibição internacional sobre o comércio de marfim entrou em vigor. Anteriormente a esta proibição, metade dos elefantes de África já tinha desaparecido devido à caça furtiva.  

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