quinta-feira, 13 de setembro de 2012

UM BLOCO DE GELATINA


Já todos sabemos que o BE Salvaterra se limita a tentar transpor para as sessões da Câmara Municipal de Salvaterra de Magos os temas e as abordagens que os deputados do mesmo partido decidem tratar na comunicação social ou na Assembleia da República. Qualquer um pode constatar o que digo lendo, neste espaço, os posts com os “RESCALDOS” daquelas reuniões.
Já todos tomámos conhecimento de que o BE Salvaterra não tem existência política autónoma, pois - apesar de ver afastados chefes de gabinete, adjuntos, vereadores e outros colaboradores em função dos “humores” de quem “chefia” a Câmara - prefere continuar a apoiar uma direcção camarária unipessoal, que pugna pelo narcisismo, que não escuta e que prefere o seguidismo ao mérito.


Já todos percebemos que a liderança local do BE é, também, uma correia de transmissão do BE Lisboa, razão pela qual a pergunta que aqui os seus autarcas queriam referendar - a propósito da problemática da redução do número das nossas freguesias - era exactamente a mesma que em Barcelos (que o Tribunal Constitucional chumbou), em Almada ou em outros concelhos do País. As realidades e os “custos” que a legislação impõe na agregação das freguesias são diferentes de concelho para concelho, é pois legítimo esperar que as soluções que minimizem “danos” também sejam diversas!
Estes exemplos evidenciam que o BE Salvaterra não coloca em primeiro lugar os problemas e os interesses específicos do concelho, limitando-se a dizer “ámen” a uns e a ser porta-voz de outros. 
Para os que ainda não estão convencidos da justeza desta crítica vamos a mais um exemplo.


Tentando aproveitar, em benefício próprio, os sentimentos de populações que se vêem ameaçadas pela Lei 22/2012 - aprovada pela maioria PSD/CDS - e que infelizmente define critérios que prejudicam as nossas freguesias, o BE Salvaterra volta a fazer o que lhe manda a direcção política nacional do mesmo partido e coloca MUPIS (cartazes como os da foto acima) onde pergunta, a um destinatário incógnito: “Que freguesias querem apagar?”. Pena é que não diga também que com a estratégia BE (de não pronúncia) o concelho perderia metade das suas freguesias (Granho, Glória do Ribatejo e Foros de Salvaterra, freguesias que acabariam unidas a, respectivamente, Muge, Marinhais e Salvaterra de Magos) e, se assim tivesse sucedido, já se saberia a resposta à pergunta que fazem, não?!
Repare agora no cartaz do BE Caminha e veja as diferenças com o cartaz do BE Salvaterra.


Desde início de todo este processo que o BE Salvaterra quis dividir para reinar. Em resposta ao pedido do PS de diálogo e debate sobre a Proposta de Lei o BE preferiu, cumprindo instruções superiores, avançar sozinho para um referendo local que sempre dissemos ser ilegal. Em resposta à iniciativa das assembleias de freguesia de maioria socialista de recolher em abaixo-assinado a contestação das populações, o qual se pretendia fazer chegar em tempo útil à Assembleia da República, o BE contrapôs com uma petição que levou mais tempo a concretizar e que já chegou àquele órgão de soberania depois da Lei aprovada e promulgada. Foi um esforço inglório que, no limite, levará o tema a Plenário da AR, que voltará a trocar argumentos, mas que nada decidirá. Em resposta à necessidade de se construir uma solução que evitasse perder 50% das freguesias, o BE preferiu nada fazer e vender “ilusões”.


Os vereadores socialistas estiveram, com os autarcas de freguesia e as populações, na manifestação em Lisboa que reuniu mais de 100.000 pessoas lutando contra esta imposição legal, enquanto isso a Presidente da Câmara e os vereadores BE no executivo preferiram ficar em Salvaterra de Magos “esquecendo” a luta. O que o BE Salvaterra já não “esqueceu”, contudo, foi a publicidade e a demagogia! Não estamos disponíveis para estas tretas, por isso em vez de cartazes e de tentar capitalizar futuros votos, preferimos apresentar e aprovar na última Assembleia Municipal de Salvaterra de Magos uma moção - a enviar às entidades oficiais - em que apelávamos à suspensão da aplicação da lei, para melhor ponderação dos critérios de agregação antes que eles possam fazer mal às nossas freguesias!...

3 comentários:

  1. quem mais "lustro" puxa à sra na sua frente, é quem é integrado no seu clã!só desejo é que todo o clã mude de território aquando das eleições, mas alguns até "tocas" no concelho construíram :( pelo que não sei bem se nos livraremos deles facilmente...

    A agregação de freguesias com culturas e modos de vida tão próprios terá de certeza um resultado surpreendente, eu a eles, acabava com todas as freguesias e ficava só o concelho, pelo menos não haveriam freguesias beneficiadas e outras prejudicadas. Mas esta política de "yes sr" e seguir à risca ideias sem nexo, só nos está a afundar. Qualquer dia o nosso concelho vai todo Tejo abaixo!

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    1. Não Camarada o nosso concelho nunca irá Tejo abaixo, como é tão teimoso irá certamente Tejo acima.

      PORQUE NÂO TERMINAR COM A FREGUESIA DE SALVATERRA?

      E não me venha com a lei porque se a assembleia se vai pronunciar, e se se pronunciasse nesse sentido a Unidade Tecnica não dizia que não, claro é a sua freguesia e de muitos outros com poder.
      Um Bem Haja a Todos

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    2. Sem me querer intrometer no "debate" entre ambos dizer que a pronúncia da AM não alterou os critérios da Lei, os critérios são os que a maioria PSD/CDS definiu e dos quais, como repetidamente dissemos, discordamos. A AM de Salvaterra de Magos limitou-se a usar a possibilidade que a lei lhe confere de, pronunciando-se, evitar o fim de 3 freguesias. Repare são os critérios da própria lei que dizem que as freguesias de menor dimensão se unem às vizinhas de maior dimensão e também dizem que as que se situam nas imediações da freguesia sede do concelho agrega-se com esta. É por estes critérios que a AM se pronunciou e é por eles que o Granho se tem que unir, não porque a AM o determine, quem o exige é a lei. A pronúncia "salva" pelo menos uma freguesia, a AM tenta "salvar" duas. Não sei se a Unidade Técnica da AR vai nessa solução?!
      O que diz, numa fase subsequente, é possível. Ou seja, caso a UT decida que Salvaterra é para agregar com os Foros a sede da freguesia ficar nos Foros e não em Salvaterra, mas para isso suceder é necessário que a AM volte a querer pronunciar-se e, mais do que isso, queira ela assumir a alteração dos critérios que a lei define. Os deputados municipais saberão!... Isso é para mim perfeitamente razoável se houvesse em torno dessa solução um grande consenso político. Vamos ter de esperar.

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