quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

A QUEDA DE INTENÇÕES NUNCA CONCRETIZADAS


Na última reunião da Câmara Municipal de Salvaterra de Magos os vereadores socialistas chamaram a atenção para o facto de - numa análise muito breve a todos os Planos e Orçamentos da Câmara ao longo deste mandato, que se aproxima do final - ressaltar por demais evidente que muitas rubricas (promessas) neles contidas se revelaram meras intenções, não concretizadas.
Os argumentos que a maioria BE usa para explicar essas falhas de realização, têm sido, entre outras, a escolha de outras prioridades e as limitações financeiras que advém também do período de crise económica que o País vive. Estas justificações são pouco credíveis na medida em que só deve ir a Plano  da Câmara, o que a maioria previamente entende ser prioritário e para o qual tem verbas disponíveis ou expectativas de as poder vir a alcançar.
Ainda que sem querer formular um juízo de valor, listam-se alguns dos investimentos que estiveram nos Planos da Câmara, ao longo destes 4 anos, e que posteriormente saíram sem terem sido feitos:
  • A recuperação do edifício pombalino na Praça da República em Salvaterra de Magos;
  • A aquisição de quadros interactivos para as escolas do 1º ciclo de Foros de Salvaterra, Glória do Ribatejo, Muge e Granho, as freguesias que não beneficiarão de Centro Escolar. Também saiu a construção do Centro Escolar dos Foros de Salvaterra e a construção de um jardim-de-infância e a requalificação da escola EB1 do Granho;
  • Os arranjos urbanísticos (lancilagens, passeios e estacionamentos) da EN 114-3 na Várzea Fresca, do Bairro da Chésal (junto à zona comercial) e da Av. José Luís Brito Seabra, ambos em Salvaterra de Magos, não se fizeram;
  • Deixaram de aparecer também a valorização ambiental da albufeira de Magos e o caminho pedonal ao longo da Vala Real;
  • Também já não surgem a pavimentação da Rua Moita do Sebastião, a ligação da Est. das Janeiras de Baixo até à estrada da Barragem que daria acesso da Glória do Ribatejo ao nó da A13 nos Foros de Salvaterra e, ainda, o alargamento da EM 581 que liga Muge ao Granho e à Glória do Ribatejo;
  • A adaptação de terreno a um Ecocentro Municipal a localizar entre Marinhais e Glória, a biblioteca de Marinhais e o Centro de Estudos do Mesolítico de Muge, também sumiram;
  • A aquisição de um terreno nos Foros de Salvaterra para Área Empresarial e a infraestruturação da nova Área Industrial em Muge deixaram de constar;
  • A Temporada das Artes, a Equimagos e a Semana da Juventude deixaram de se realizar;
  • E, finalmente, construção de pavilhões desportivos nos Foros de Salvaterra e até no Granho e as energias alternativas para edifícios e equipamentos públicos também não passaram de uma intenção.

Constata-se com muita tristeza, ainda, que prosseguem os cortes das verbas a atribuir às colectividades e associações desportivas do concelho. Há dois anos, em 2011, o valor orçamentado era de 100.000€, para o ano de 2013 o valor orçamentado é metade, apenas 50.000€. As Associações estão com muitos problemas financeiros, as famílias e as empresas locais não as conseguem apoiar mais e tudo isto só pode piorar em 2013. Daí que fosse de toda a conveniência manter em 2013, pelo menos, o valor orçamentado em 2012. É que, no actual cenário de dificuldades, já são muitas as direcções que não se conseguem renovar ou substituir e, se a Câmara ainda lhes atribui menos condições para o ano, teme-se que muitas delas deixem de ter qualquer actividade e quem perde são, em primeiro lugar, as crianças e os jovens do concelho que vêem reduzir a oferta de actividades e a prática desportiva.
O Plano e o Orçamento para o ano que vem repetem ainda muitas das intenções de investimento que já vêm referenciadas no Plano de anos anteriores e que, infelizmente, por razões financeiras, de opção política ou de mero calculismo eleitoral não tiveram qualquer execução física e, nalguns casos, nem os projectos foram realizados. Mas sobre isto falaremos em post que publicaremos amanhã.

Sem comentários:

Enviar um comentário