Há
medida que nos vão chegando imagens e informações do planeta vermelho, cada vez
mais se levantam novas questões. Houve água em Marte? E vida? Há sinais que
demonstrem ou respondam a essas questões? Que minerais há no solo? É
apaixonante acompanhar quase em directo o que se vai sabendo sobre a história
da formação dos planetas e a nossa origem. Esperemos que, simultaneamente,
esteja a ser desenvolvido pelo menos o mesmo esforço para assegurar a
sustentabilidade da vida na Terra. Embora neste projecto todos tenhamos de
ajudar!...
Uma cratera gigante com 92 quilómetros de diâmetro e 2,2
quilómetros de profundidade, localizada na região de Arabia Terra, em Marte, já
foi um lago gigante alimentado por fontes de água subterrâneas.
A descoberta foi feita através das últimas imagens enviadas
pela sonda Mars Reconnaissance Orbiter (MRO) da NASA, que se encontra em órbita
à volta do planeta. Estas imagens mostram camadas de rochas sedimentares com
minerais argilosos e carbonatados no fundo da cratera McLaughlin.
Houve vida nas margens do lago?
Na Terra sabe-se que estes minerais se formam através da
presença e da interação com a água no estado líquido, e alguns investigadores
sugerem que as margens do antigo lago de Marte podiam ter sido potenciais habitats, isto é, ambientes húmidos
onde terá surgido vida.
Joseph Michalski, principal autor do artigo científico
publicado na revista "Nature Geoscience" que revela estas
descobertas, afirma que "o conjunto das observações na cratera McLaughlin
prova que a formação de carbonatos se deu no interior do lago, em vez de
resultar da ação da água vinda do exterior da cratera".
Fluidos hidrotermais
O investigador do Instituto de Ciência Planetária (EUA) e do
Museu de História Natural de Londres acrescenta que uma série de estudos feitos
com base nos dados fornecidos pela sonda MRO "mostraram que as rochas
marcianas projetadas do subsolo pelo impacto de meteoros, foram alteradas por
fluidos hidrotermais no passado distante do planeta".
As últimas descobertas sobre Marte "revelam um planeta
mais complexo do que os cientistas previam, com algumas regiões mais aptas a
revelar sinais de vida no passado do que outras", sublinha por sua vez
Rich Zurek, investigador da NASA ligado ao projeto da sonda MRO.
A MRO foi lançada em 2005 e destina-se a analisar a
topografia, a estratigrafia, os minerais e o gelo de Marte
. Ao mesmo tempo, monitoriza o clima do planeta e estuda os locais com melhores
condições para a aterragem de futuras naves, dispondo de sistemas de
telecomunicações que transmite mais dados para a Terra do que todas as missões
interplanetárias anteriores juntas.
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