quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

ERRADICAR A VIOLÊNCIA CONTRA AS MILHERES


Os números que a notícia seguinte evidenciam são absolutamente brutais – mil milhões de mulheres (uma em cada três) são agredidas ou violadas ao longo da sua vida.
Tudo o que puder ser feito para mudar comportamentos e criar um activo de condenação social que “trave” a prática reiterada ou esporádica de actos de agressão contra as mulheres é bem-vindo.


Mais de 200 países vão aderir à dança global convocada para quinta-feira [hoje] pela campanha One Billion Rising, que quer pôr as ancas do mundo a abanar, incluindo as portuguesas, pelo fim da violência contra as mulheres.
O nome encontra explicação numa estatística das Nações Unidas: “mil milhões de mulheres – uma em cada três – serão violadas e agredidas no planeta durante a sua vida”. A campanha propõe que um número igual ou superior de mulheres e homens se junte em todo o mundo, dançando, para combater a violência.
“Mil milhões de mulheres violadas é uma atrocidade; mil milhões de mulheres a dançar é uma revolução”, compara a campanha One Billion Rising.
A mobilização coletiva conta já com a marcação de duas dezenas de eventos de norte a sul de Portugal, envolvendo organizações nacionais como a APAV (Associação Portuguesa de Apoio à Vítima), a Associação Portuguesa de Mulheres Juristas, a ILGA Portugal, a UMAR (União de Mulheres Alternativa e Resposta), a Amnistia Internacional – Portugal e a companhia Chapitô, mas também vários organismos locais, entre escolas e associações.
Em Lisboa, por iniciativa da socialista Ana Gomes, deputadas e ativistas adotaram o slogan “@ Menin@ Dança?” e vão apresentar uma coreografia para a música "Break the Chains", na quinta-feira [hoje], no Largo de Camões, a partir das 17:30.
Em nome das dinamizadoras da campanha em Portugal, a eurodeputada socialista Ana Gomes, que já dançou pela campanha durante a apresentação, no Parlamento Europeu, juntamente com a eurodeputada bloquista Marisa Matias, disse à Lusa que se pretende que “cidadãos e cidadãs” se mobilizem “ativamente pelo fim da violência contra as mulheres, em todas as formas”.
Qualquer cidadão deve “denunciar comportamentos que são desculpantes ou encorajadores de atos de violência contra mulheres”, frisa Ana Gomes. Essa “consciencialização” deve revelar que “as pessoas no seu dia a dia estão atentas, não deixam passar casos, não se intimidam se souberem que alguém é vítima de violência, por exemplo na família, que se mobilizam, que não deixam que o silêncio continue a proteger os criminosos, que denunciam e que dão apoio à vítima”, concretiza.
Sublinhando que “as violações” contra as mulheres “ocorrem por todo o mundo, nos países em desenvolvimento, mas também nos países mais avançados”, Ana Gomes diz que se impõe “uma mudança de mentalidade, entre homens e entre mulheres”. A ideia da campanha, apoiada por celebridades como Jane Fonda, Robert Redford e Charlize Theron, surgiu depois de Eve Ensler, conhecida dramaturga dos Estados Unidos e autora do livro “Os Monólogos da Vagina”, ter visitado uma comunidade na República Democrática do Congo. Nessa comunidade, onde as mulheres são altamente vulneráveis à violência, as feridas ultrapassam-se através da dança.
Daí a escolha de Eve Ensler, fundadora do V-Day, movimento global pelo fim da violência contra mulheres, para a ação global marcada para o Dia de São Valentim, ou dos Namorados. “A dança dá grande energia e cria um sentimento de solidariedade”, justifica Ana Gomes.
Fonte: Lusa



"Constituindo a violência no namoro uma experiência pessoal caracterizada por sentimentos de vergonha, embaraço, a grande maioria dos jovens não procura ajuda", adiantou a autora de um estudo sobre este tema.
O medo de serem culpabilizados, de que o segredo não seja preservado, que os adultos os pressionem para terminar a relação, acharem que não vão ser ajudados, temerem punições parentais (muitas relações são proibidas pelos pais), faz com que os jovens não contem o que estão a passar.
Agência Lusa

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