segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

O FALHANÇO OU A INEXISTÊNCIA DE UMA POLÍTICA DESPORTIVA MUNICIPAL


São vários os sintomas que trazem à luz do dia a ineficácia da política municipal “estabelecida”! para a área do desporto.
Muitas das associações desportivas não têm direcções eleitas, as que mantém actividade vivem “à custa” da carolice de alguns (poucos) que se agregam em comissões administrativas.
Não existe apoio ou incentivo ao surgimento de dirigentes desportivos, pois nunca foi criado um gabinete municipal de apoio ao associativismo, que os ajudasse nas questões de natureza jurídica, administrativa e financeira.
A Câmara Municipal não conseguiu gerar qualquer dinâmica ou projecto desportivo associado à utilização dos pavilhões desportivos de Marinhais e da Glória do Ribatejo. A autarquia face á inexistência de tradição na prática desportiva de “modalidades de pavilhão” devia ter acautelado essa realidade, colocando animadores desportivos que tentariam captar praticantes para a prática da ginástica e de uma ou outra modalidade colectiva, gerariam desse modo a necessidade de “consumir” desporto e, a partir daí, convidariam atletas, pais e encarregados de educação para se irem reunindo em colectividades existentes (ou a criar), transferindo para elas, muito gradualmente, a organização da prática desportiva e o envolvimento dos jovens num quadro competitivo.
A opção errada de dar prioridade a um complexo desportivo municipal sem que isso correspondesse a qualquer estratégia de desenvolvimento económico associada, por exemplo, ao turismo desportivo, levou a concentrar num único local um investimento financeiro que se tivesse sido partilhado com outras freguesias, permitindo, com o mesmo dinheiro, construir sintéticos e melhorar/ampliar balneários quer em Marinhais, como na Glória do Ribatejo, mas também em Muge, Salvaterra de Magos e Foros de Salvaterra. Se tal tivesse sido feito teríamos hoje a funcionar naquelas povoações “escolas de formação” em futebol, em vez de ver os jovens abandonar a sua prática pois não estão disponíveis para se manter a jogar em pelados e não existe uma rede de transportes que os leve, nos horários dos treinos, do e para o complexo.  Todos os dirigentes desportivos sabem que um único campo de futebol apenas pode servir uma equipa que tenha todos os escalões de formação, como ficou bem evidente há 2 ou 3 anos, quando o Grupo Desportivo de Marinhais (GDM) e o Clube Desportivo Salvaterrense (CDS) foram “forçados” a partilhar o Complexo Desportivo e os horários se sobrepunham.
Do que digo fica claro que a solução protagonizada pelo Sport Clube Desportos da Glória do Ribatejo, construção de um sintético sobre o antigo pelado, seria a ideal para todas as freguesias pois o dinheiro gasto no Complexo chegava para isso e permitia que os jovens jogassem na terra onde residem, teríamos equipas seniores preenchidas com “filhos da terra” e isso garantiria desde logo um maior envolvimento e apoio das comunidades locais em torno dos clubes desportivos.
Vai ser preciso reunir as pessoas e analisar em conjunto toda esta problemática tendo presente que se vive actualmente um cenário de escassez de recursos públicos. Não podemos, no entanto, continuar a olhar e a ver morrer todo este património de formação desportiva, pois isso leva já muitos jovens a deixar de ter acesso a uma regular e saudável prática desportiva.

6 comentários:

  1. Muito há por fazer no nosso Concelho, no desporto, na cultura, no assocaitivismo, na saude, na promoção do emprego, na criação de emprego, na gestão autarquica, no turismo.... enfim, que aja força e vontade de fazer e que não falte o dinheiro.

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  2. Caro Eng. Helder, este seu pertinente comentário, leva-me a colocar uma outra questão, que politica foi traçada pelo presente executivo, para a área cultural? Á semelhança da área desportiva, em que estamos a atravessar um dos períodos mais negros da história desportiva concelhia, também na área cultural a estratégia é nula. Eu dos largos anos de mandato do BE, apenas me recordo de um "evento" cultural significativo:- O espectáculo da Mariza na praça de touros. Esta é a realidade do nosso concelho, infelizmente.

    Carlos Leal

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    1. Em oportuno post debruçar-me-ei também sobre a área cultural, com efeito um absoluto deserto de ideias e de iniciativas.

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  3. Excerto de um comentário anónimo que se publica parcialmente por razões que o próprio certamente perceberá:
    "A cultura no nosso conselho esta de mal a pior ! Os subsídios cada vez são menos o nenhum, as viaturas municipais para irem ao serviço das colectividades tem que se pagar as portagens e o combustível à Câmara e x euros à hora ao motorista ..., os nossos filhos para fazerem visitas de estudo temos que pagar à RIBATEJANA porque o autocarro da da Câmara nunca está disponível, Está à vontade do povo!"

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    1. É verdade,quando os autocarros são cedidos as colectividades o custo que se tem de pagar a Camara e os motoristas fica ao preço do aluguer a ribatejana, por isso não vale a pena a camara ter autocarros,as colectividades que representam o concelho de Salvaterra de norte a sul do pais deviam de ter mais respeito por parte da camara municipal .

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  4. Mas as pessoas gostam e ficam a favores com a camara, tenho conhecimento, que um rancho fandanguista, tinha um aluguer mais barato numa deslocação, mas preferiram levar o autocarro da camara pagar as portagens, o gasóleo e o motorista e levar a Senhora Presidente com eles. Valha-me Santo Sá Baco.

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