São vários os sintomas que trazem à
luz do dia a ineficácia da política municipal “estabelecida”! para a área do
desporto.
Muitas das associações desportivas não têm direcções eleitas, as que mantém actividade vivem “à custa” da carolice de
alguns (poucos) que se agregam em comissões administrativas.
Não existe apoio ou incentivo ao
surgimento de dirigentes desportivos, pois nunca foi criado um gabinete
municipal de apoio ao associativismo, que os ajudasse nas questões de
natureza jurídica, administrativa e financeira.
A Câmara Municipal não conseguiu gerar
qualquer dinâmica ou projecto desportivo associado à utilização dos
pavilhões desportivos de Marinhais e da Glória do Ribatejo. A autarquia
face á inexistência de tradição na prática desportiva de “modalidades de
pavilhão” devia ter acautelado essa realidade, colocando animadores desportivos
que tentariam captar praticantes para a prática da ginástica e de uma ou outra
modalidade colectiva, gerariam desse modo a necessidade de “consumir” desporto
e, a partir daí, convidariam atletas, pais e encarregados de educação para se
irem reunindo em colectividades existentes (ou a criar), transferindo para
elas, muito gradualmente, a organização da prática desportiva e o envolvimento
dos jovens num quadro competitivo.
A opção errada de dar prioridade a um
complexo desportivo municipal
sem que isso correspondesse a qualquer estratégia de desenvolvimento económico
associada, por exemplo, ao turismo desportivo, levou a concentrar num único
local um investimento financeiro que se tivesse sido partilhado com outras
freguesias, permitindo, com o mesmo dinheiro, construir sintéticos e
melhorar/ampliar balneários quer em Marinhais, como na Glória do Ribatejo, mas
também em Muge, Salvaterra de Magos e Foros de Salvaterra. Se tal tivesse sido
feito teríamos hoje a funcionar naquelas povoações “escolas de formação” em
futebol, em vez de ver os jovens abandonar a sua prática pois não estão
disponíveis para se manter a jogar em pelados e não existe uma rede de
transportes que os leve, nos horários dos treinos, do e para o complexo. Todos os dirigentes desportivos sabem que um
único campo de futebol apenas pode servir uma equipa que tenha todos os
escalões de formação, como ficou bem evidente há 2 ou 3 anos, quando o Grupo
Desportivo de Marinhais (GDM) e o Clube Desportivo Salvaterrense (CDS) foram
“forçados” a partilhar o Complexo Desportivo e os horários se sobrepunham.
Do que digo fica claro que a solução
protagonizada pelo Sport Clube Desportos da Glória do Ribatejo, construção de
um sintético sobre o antigo pelado, seria a ideal para todas as freguesias pois
o dinheiro gasto no Complexo chegava para isso e permitia que os jovens
jogassem na terra onde residem, teríamos equipas seniores preenchidas com
“filhos da terra” e isso garantiria desde logo um maior envolvimento e apoio
das comunidades locais em torno dos clubes desportivos.
Vai ser preciso reunir as pessoas e analisar em
conjunto toda esta problemática tendo presente que se vive actualmente um
cenário de escassez de recursos públicos. Não podemos, no entanto, continuar a
olhar e a ver morrer todo este património de formação desportiva, pois isso
leva já muitos jovens a deixar de ter acesso a uma regular e saudável prática
desportiva.
Muito há por fazer no nosso Concelho, no desporto, na cultura, no assocaitivismo, na saude, na promoção do emprego, na criação de emprego, na gestão autarquica, no turismo.... enfim, que aja força e vontade de fazer e que não falte o dinheiro.
ResponderEliminarCaro Eng. Helder, este seu pertinente comentário, leva-me a colocar uma outra questão, que politica foi traçada pelo presente executivo, para a área cultural? Á semelhança da área desportiva, em que estamos a atravessar um dos períodos mais negros da história desportiva concelhia, também na área cultural a estratégia é nula. Eu dos largos anos de mandato do BE, apenas me recordo de um "evento" cultural significativo:- O espectáculo da Mariza na praça de touros. Esta é a realidade do nosso concelho, infelizmente.
ResponderEliminarCarlos Leal
Em oportuno post debruçar-me-ei também sobre a área cultural, com efeito um absoluto deserto de ideias e de iniciativas.
EliminarExcerto de um comentário anónimo que se publica parcialmente por razões que o próprio certamente perceberá:
ResponderEliminar"A cultura no nosso conselho esta de mal a pior ! Os subsídios cada vez são menos o nenhum, as viaturas municipais para irem ao serviço das colectividades tem que se pagar as portagens e o combustível à Câmara e x euros à hora ao motorista ..., os nossos filhos para fazerem visitas de estudo temos que pagar à RIBATEJANA porque o autocarro da da Câmara nunca está disponível, Está à vontade do povo!"
É verdade,quando os autocarros são cedidos as colectividades o custo que se tem de pagar a Camara e os motoristas fica ao preço do aluguer a ribatejana, por isso não vale a pena a camara ter autocarros,as colectividades que representam o concelho de Salvaterra de norte a sul do pais deviam de ter mais respeito por parte da camara municipal .
EliminarMas as pessoas gostam e ficam a favores com a camara, tenho conhecimento, que um rancho fandanguista, tinha um aluguer mais barato numa deslocação, mas preferiram levar o autocarro da camara pagar as portagens, o gasóleo e o motorista e levar a Senhora Presidente com eles. Valha-me Santo Sá Baco.
ResponderEliminar