É um lugar comum afirmar, embora nunca
seja demais lembrá-lo, que o tabaco faz mal à saúde e pode matar. Os números
estatísticos veiculados pela notícia que seguidamente se reproduz deixam claro
que para as mulheres o cancro no pulmão provocado pelo consumo de tabaco começa
a atingir valores preocupantes.
É possível deixar de fumar, basta um
pouco de vontade, muita “teimosia” e a convicção de que um ex-fumador nunca
está totalmente curado, essa percepção ajudará a evitar recaídas.
Numa Europa onde um quarto dos adultos fuma, o tumor
da mama conhecido por ser a maior causa de morte por cancro entre as mulheres
será excedido pelo tumor do pulmão, até 2015, indica um estudo publicado na
revista científica Annals of Oncology.
Já aconteceu no Reino Unido e na Polónia e
especialistas oncológicos avançam que o mesmo deverá acontecer em toda a
Europa.
O aumento da incidência deste tipo de tumor reflete o
crescimento do número de mulheres que começaram a fumar nos anos 60 e 70,
indicam os especialistas autores do estudo, que adiantam que o quantidade de
casos continuará a crescer nos próximos anos. Os investigadores, cita a BBC,
garantem que a tendência perderá força a partir de 2020, já que atualmente há
menos jovens fumadoras do que há 30 anos atrás.
Em 2013, estima-se que 82.600 mulheres morram de
cancro do pulmão e 88.800 de cancro da mama. Mas em 2015, o cancro do pulmão já
terá ultrapassado o da mama, de acordo com Carlo La Vecchia, autor do estudo,
da Universidade de Milão.
Os investigadores recolheram dados da taxa de
incidência da doença em 27 estados membros da EU em 2007 e analisaram em
particular seis países – França, Alemanha, Itália, Polónia, Espanha e Reino
Unido – no que toca aos casos de cancro do estômago, intestinos, pâncreas,
pulmão, útero, mama e da linfa.
A análise voltou a mostrar que apesar de haver cada
vez mais casos da doença - porque as pessoas também vivem mais tempo - morre-se
menos da doença.
Verificou-se uma queda geral do índice de mortalidade
por cancro, apesar da mortalidade associada ao cancro do pulmão ser a única que
continua a crescer. A mortalidade por cancro do pâncreas mantem-se, já que os
tratamentos são os que menos têm evoluído.
“O tabaco e a diabetes são responsáveis por quase um
terço total das mortes”, recorda o investigador.
“Apesar de tudo, é encorajador saber que a taxa de
mortalidade por cancro na Europa deverá continuar a diminuir”, diz Sarah
Williams, do instituto de investigação Cancer Research UK, acrescentando que os
dados “refletem melhorias na forma como nós prevenimos, diagnosticamos e
tratamos o cancro e mostra que através da ciência estamos a delinear atalhos
para combater a doença”.
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