sábado, 16 de fevereiro de 2013

VENCER A DIABETES (tipo 1)?!...


 A notícia que seguidamente se reproduz parece entreabrir uma porta à investigação desta doença, até porque os resultados obtidos ao longo de 4 anos são positivos e encorajadores, por isso vão continuar.




Uma simples sessão de diversas injecções de dois vectores genéticos é o que basta para curar a diabetes em animais de grande porte, sugere um estudo apresentado por cientistas da Universidade Autónoma de Barcelona (Espanha), que lideram um vasto grupo internacional que experimenta há anos esta opção terapêutica.
O grupo usou agulhas simples – semelhantes às usadas para tratamentos cosméticos – nas patas traseiras de cães que padeciam da doença. A injecção introduziu-lhes genes com dois objectivos: para expressar os genes da insulina (a substância em falta em qualquer diabético, que a tem de inocular várias vezes por dia) e, por outro lado, para expressar uma enzima que actua como regulador da captação de glicose no sangue. O resultado superou as expectativas, disse Fàtima Bosch, a coordenadora do grupo catalão, à revista científica Science Daily: «O estudo é a primeira demonstração de cura da diabetes a longo prazo num modelo de animal de grande porte, através da terapia genética».
O grupo controlou os níveis de glicemia dos animais ao longo de quatro anos. Além de não terem apresentado mais sinais de hiperglicemia (excesso de açúcar no sangue) ou de hipoglicemia (carência perigosa de glicose), os cães apresentavam melhores resultados, quer em jejum, quer depois de alimentados. Mais: atingiram níveis de normoglicemia (valores normais de glicemia no sangue) mais depressa e de modo contínuo, quando comparados com outros cães só tratados com inoculações diárias de insulina.
Ao fim de quatro anos, não apresentaram mais sinais da doença. O grupo abriu, assim, uma pequena porta de esperança, que não se vai traduzir já em resultados para seres humanos. Ainda falta fazer os testes em animais de laboratório mais semelhante geneticamente a nós e esperar resultados com igual eficácia.
Ao contrário da diabetes tipo 2 – a que conta maior incidência no mundo –, que geralmente dá sinais em adultos ao longo de uma vida de excessos alimentares, a origem da de tipo 1 é desconhecida, sabendo-se apenas que consiste numa falha do sistema imunológico, que ataca as células do pâncreas que produzem a insulina até esta deixar de ser fabricada ‘naturalmente’ no organismo (daí a insulinodependência deste grupo de diabáticos).
Quanto à experiência de Barcelona, ela não deixou de ter uma coincidência curiosa: em 1921 os canadianos Frederick Banting e Charles Best descobriram que a inoculação de insulina num cão era um tratamento eficaz contra a diabetes tipo 1. No ano seguinte, experimentaram-na com sucesso em Leonard Thompson, um diabético de 14 anos.

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