domingo, 31 de maio de 2015

ANA BATISTA, 15 ANOS DE ALTERNATIVA

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A cavaleira tauromáquica de Salvaterra de Magos, Ana Batista, comemora este ano os 15 anos de alternativa. Ao Valor Local, Ana Batista assume que faz o que gosta e que nem mesmo as dificuldades geradas pela profissão, são suficientes para abrandar a paixão pela arte.
Para a cavaleira, toda a última época tem um balanço positivo. Ao todo foram 30 corridas. “Foi uma temporada bastante ponderada porque estamos em crise”. Para trás ficam 15 anos de alternativa e uma larga experiência profissional. Para trás ficam também centenas de corridas, vincando que nunca sentiu qualquer discriminação pelo facto de ser uma mulher entre muitos homens.
 A cavaleira lembra uma corrida no Campo Pequeno de oportunidade aos jovens com cavaleiros praticantes. “Eu era a mais nova e amadora com 14 anos, com toiros grandes e muita responsabilidade. Mas as coisas correram bem e ganhei o Troféu Incentiva”.
A partir desta corrida, Ana Batista descolou e acabou por ir para Espanha onde surgiu a grande oportunidade de integrar o quarteto “Amazonas del Arte”, e a partir daí, a cavaleira vincou, definitivamente, o seu respeito no panorama nacional e internacional. 
“Como éramos quatro mulheres, isso deu-nos uma perspetiva totalmente diferente” nomeadamente em Espanha, “onde os diversos tipos de público são mais variados”.
Nem tudo foram facilidades, salienta a cavaleira, todavia o seu percurso acabaria por ser importante na carreira. Por tudo isto, Ana Batista preferiu tomar a sua alterativa em Portugal. “Sempre quis que o público olhasse para mim enquanto toureira e não apenas por ser mulher. Quis fazer sempre um toureio sério e acho que as pessoas perceberam isso”, destacando que é no norte “onde sentimos mais o apoio das mulheres”, vinca a cavaleira.
Desde que se iniciou nas corridas, Ana Batista tem tido uma convivência razoável com os contestatários das corridas de toiros, sendo politicamente correta nas respostas, salienta – “Aparecem mensagens no facebook, mas é-me indiferente”.” Às vezes, no Norte deparamo-nos com eles, tratam-nos mal, mas estamos ali para fazer o nosso trabalho. Respeito as ideias deles, e espero que respeitem as minhas, isso às vezes não acontece, mas ignoro”.
Ana Batista considera, entretanto, que a crise tem afetado as touradas em Portugal. Não só no que respeita ao preço dos bilhetes, mas também no que se refere aos hábitos que se criaram. A cavaleira lembra uma corrida no México, onde a população esperou durante duas horas dentro da praça até que a arena secasse, pois tinha chovido muito. “Naquele país existe uma afición diferente”, argumentando que “onde há afición, o conforto da praça não é o mais importante”. 
Mas Ana Batista não teria sucesso se não fossem os seus cavalos. Os animais são de certa forma seus confidentes, e a 13 de Junho de 2013, despediu-se “de um grande amigo”. Um cavalo com o nome de Obelix, de 16 anos. Este foi um dos cavalos mais importantes da sua carreira. Todavia este animal teve dois filhos que já fazem parte da sua quadra (Obélix II e Obélix III) e vinca a necessidade de confiar nesses cavalos. “São quase a nossa família, passamos o dia com eles, treinamos muito com eles. Ver a evolução dos cavalos é como um pai ver um filho a progredir na escola”. vinca Ana Batista.
Sair com um cavalo para a praça “pela primeira vez é espetacular” realça Ana Batista, que destaca a ajuda do marido na preparação dos animais. Questionada sobre onde gosta mais de atuar, se em Portugal ou no estrangeiro, a cavaleira de Salvaterra de Magos responde de uma forma politicamente correta “gosto de atuar em todo o lado”. Em julho vai tourear uma corrida em Salvaterra de Magos, sua terra natal, “particularmente especial”, porque pretende assinalar os 15 anos de alternativa numa praça que lhe traz grandes recordações.
Miguel A. Rodrigues


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